sábado, 28 de julho de 2012
Vocação: compromisso de todos
“O reino de Deus é como um grão de mostarda”
(Mc 4, 31)
Ao criar o mundo, Deus mostra seu amor e bondade, deixando impresso nas coisas boas que criou vestígios, pegadas da sua presença na criação. Como ponto máximo da sua bondade Ele cria o homem, como personagem principal no palco da criação, como grande responsável pelas coisas criadas. Sendo colaborador de Deus, é chamado a cuidar e modificar para o bem todo o mundo.
Aderindo ao projeto de Deus o ser humano dá a sua resposta a vocação primeira de toda pessoa, a vocação à vida, e vida em abundância. Todos nós, homens e mulheres, somos responsáveis uns pelos outros, e juntos cuidamos do mundo. Assim, a vocação universal do homem e da mulher é lutar e preservar a vida.
Com o batismo, recebemos a semente de reino de Deus, que ao longo da vida vai germinando, tomando forma e se fortalecendo, na vivência comunitária e na escuta da Palavra de Deus. É na vida comunitária que o ser humano encontra espaço para colocar seus dons, recebidos no batismo, a serviço da vida e da esperança de um mundo novo.
É na comunidade que nascem os vários tipos de vocação: vocação leiga, vocação religiosa e sacerdotal, cada um dentro de suas possibilidades e limitações se coloca a serviço do reino, porém todas elas têm em comum o cuidado com a vida do próximo; devemos estar atentos às necessidades básicas de todo ser humano, para que não sejam feridas. Pois somos chamados à vida e trazemos conosco as sementes do reino de Deus, reino de amor e paz, comunidade viva que proclama as maravilhas de Deus no meio de seu povo.
domingo, 22 de julho de 2012
Viver em comunidade, nossa missão!
O sentido de se viver em comunidade está em discussão em nossos dias, muitos acreditam que viver em comunidade ou sociedade não é o melhor para o ser humano, e levantam a bandeira de que o individualismo é o melhor caminho, pois como dizia o poeta: “abaixo de nossa pele, estamos sozinhos”.
Porém, não estamos sozinhos. Somos criados por Deus como seres únicos, amados e acolhidos por Ele, para colocarmos nossa individualidade a serviço do todo, não só na Comunidade Cristã, mas na própria sociedade. O que seria de nós se o professor, fechado em seu saber, pensasse em não mais ensinar às crianças e jovens aquilo que aprendeu; ou se um médico não curasse mais os doentes que o procurassem e utilizasse seu saber apenas para curar seus próprios males. Ou ainda, como chegaríamos ao conhecimento de Jesus Cristo se os catequistas guardassem apenas pra si o chamado do Senhor.
Enfim, a vida humana seria algo insuportável, um fardo terrivelmente pesado para se carregar sozinho, sem que outros pudessem aliviar e procurar a cura para os nossos males, sem que tivéssemos acesso à cultura, à educação, aos meios de comunicação. Ficaríamos fechados em cavernas modernas, onde a luz seria algo distante, muito distante, algo mítico, assim como nos ensina Platão (+/- 428/347a.C) no Mito da Caverna.
O ser humano é um ser social, como dizia outro filósofo antigo, Aristóteles (384/322a.C). E como tal precisa criar laços, estabelecer relações, criar raízes, apaixonar-se por causas que valham a pena, não apenas para seu bel prazer e satisfação, mas principalmente para ajudar aqueles com quem estabelece relações. Com quem aprende a amar e conviver, com que espontaneamente cria laços de amizades; não interesseiros, mas verdadeiros, que consigam vencer esse pensamento individualista e descompromissado com a realidade onde vivemos.
Assim, além do pensamento filosófico que nas suas várias vertentes nos ajudam a descobrir qual o melhor caminho para a humanidade, que dá o seu primeiro passo em cada um de nós. Temos o exemplo maior de doação de vida, de serviço e amor desinteressado, do próprio Senhor, que vem ao mundo para fazer a vontade daquele que o enviou. Daquele que é o Pai das misericórdias, que quer a vida plena para todos os seus filhos e filhas amados. Aquele que faz a Comunidade Perfeita, com o Filho e o Espírito Santo. Exemplo, para nós, de vida comunitária, que nos convida a vencermos as barreiras geradas, muitas vezes, por nossas vontades, caprichos e interesses.
Jesus esteve totalmente voltado para o outro, preocupou-se com os pequenos, os fracos, os tíbios, os mudos, os presos, os famintos, os aleijados, os sedentos, os desesperançados pela sociedade da época, e os colocou no centro do seu reinado, e pede que façamos a mesma coisa que ele fez. “Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40). Amemos a semelhança dele, e em comunidade aprendamos a cada dia a sermos sal da terra e luz do mundo, como nos diz São Mateus(5,13a.14a) em seu evangelho. É preciso lutar contra essa corrente individualista e mostrar ao mundo que viver em comunidade é possível e vale a pena.
Que o exemplo de conversão de São Mateus nos ajude a abandonarmos nosso telônio para sermos missionários com o Senhor.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Rezar sempre
Jesus exige de cada um de nós um seguimento radical, ou seja, agir como ele agiu. Cristo quis, e ainda quer, que todos possam viver como filhas e filhos de Deus, felizes, com dignidade, em harmonia entre si, com a natureza e com o Pai.
Somos convidados a anunciar o ano da Graça do Senhor, assim como faz Jesus: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor. (Lc 4, 18-19)
Essa é a missão de Jesus, inspirado no profeta Isaías (Is 61, 1s), e ele só a inicia porque está cheio do Espírito, é o Espírito que o impulsiona a proclamar o amor do Pai e libertar os cativos e aflitos de coração (Is 61, 1b). é interessante notar que Jesus não está sozinho, ou não age só, é o espírito de Deus que está com ele orientando sua missão.
Como Jesus também somos impulsionados pelo Espírito do Deus, o Espírito da Verdade, no entanto, entramos em sintonia com o Espírito quando nos colocamos em escuta deste mesmo espírito, através da oração assim como fez Jesus, antes de iniciar sua missão retira-se ao deserto para orar, para escutar a voz do Pai que guia sua missão.
Assim, através da oração o cristão é chamado a modificar a sua realidade, pois a oração tem função transformadora, pois é na oração que entramos no deserto de nossa mente, nos deparamos com os problemas cotidianos que nos impedem de caminhar e apresentamos ao Pai, por Jesus, para encontrarmos em comunidade a solução.
Existem várias maneiras de orar, tais como: a oração particular, a oração através das fórmulas apresentadas pela Igreja, a oração comunitária, enfim existem vários meios pra se chegar ao Pai, através do único intercessor Jesus Cristo, porém o que importa como vai ressaltar o apóstolo Paulo é rezar ou orar em todo tempo e em qualquer necessidade, para que alimentados e cheios do Espírito de Deus tenhamos a coragem de caminhar firmes na fé rumo a um mundo novo, transformado pelo exemplo de Jesus orante e visualizador das necessidades de seu povo.
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