domingo, 22 de julho de 2012

Viver em comunidade, nossa missão!

O sentido de se viver em comunidade está em discussão em nossos dias, muitos acreditam que viver em comunidade ou sociedade não é o melhor para o ser humano, e levantam a bandeira de que o individualismo é o melhor caminho, pois como dizia o poeta: “abaixo de nossa pele, estamos sozinhos”. Porém, não estamos sozinhos. Somos criados por Deus como seres únicos, amados e acolhidos por Ele, para colocarmos nossa individualidade a serviço do todo, não só na Comunidade Cristã, mas na própria sociedade. O que seria de nós se o professor, fechado em seu saber, pensasse em não mais ensinar às crianças e jovens aquilo que aprendeu; ou se um médico não curasse mais os doentes que o procurassem e utilizasse seu saber apenas para curar seus próprios males. Ou ainda, como chegaríamos ao conhecimento de Jesus Cristo se os catequistas guardassem apenas pra si o chamado do Senhor. Enfim, a vida humana seria algo insuportável, um fardo terrivelmente pesado para se carregar sozinho, sem que outros pudessem aliviar e procurar a cura para os nossos males, sem que tivéssemos acesso à cultura, à educação, aos meios de comunicação. Ficaríamos fechados em cavernas modernas, onde a luz seria algo distante, muito distante, algo mítico, assim como nos ensina Platão (+/- 428/347a.C) no Mito da Caverna. O ser humano é um ser social, como dizia outro filósofo antigo, Aristóteles (384/322a.C). E como tal precisa criar laços, estabelecer relações, criar raízes, apaixonar-se por causas que valham a pena, não apenas para seu bel prazer e satisfação, mas principalmente para ajudar aqueles com quem estabelece relações. Com quem aprende a amar e conviver, com que espontaneamente cria laços de amizades; não interesseiros, mas verdadeiros, que consigam vencer esse pensamento individualista e descompromissado com a realidade onde vivemos. Assim, além do pensamento filosófico que nas suas várias vertentes nos ajudam a descobrir qual o melhor caminho para a humanidade, que dá o seu primeiro passo em cada um de nós. Temos o exemplo maior de doação de vida, de serviço e amor desinteressado, do próprio Senhor, que vem ao mundo para fazer a vontade daquele que o enviou. Daquele que é o Pai das misericórdias, que quer a vida plena para todos os seus filhos e filhas amados. Aquele que faz a Comunidade Perfeita, com o Filho e o Espírito Santo. Exemplo, para nós, de vida comunitária, que nos convida a vencermos as barreiras geradas, muitas vezes, por nossas vontades, caprichos e interesses. Jesus esteve totalmente voltado para o outro, preocupou-se com os pequenos, os fracos, os tíbios, os mudos, os presos, os famintos, os aleijados, os sedentos, os desesperançados pela sociedade da época, e os colocou no centro do seu reinado, e pede que façamos a mesma coisa que ele fez. “Em verdade eu vos digo: todas as vezes que fizestes isto a um destes pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40). Amemos a semelhança dele, e em comunidade aprendamos a cada dia a sermos sal da terra e luz do mundo, como nos diz São Mateus(5,13a.14a) em seu evangelho. É preciso lutar contra essa corrente individualista e mostrar ao mundo que viver em comunidade é possível e vale a pena. Que o exemplo de conversão de São Mateus nos ajude a abandonarmos nosso telônio para sermos missionários com o Senhor.

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